Confiando, Acreditando, Procurando e Perseverando
Sem medo de eventuais críticas ao omnipresente egotismo exacerbado, que sempre me persegue, decidi escolher um tema controverso para trazer a lume.
Durante toda a minha vida senti uma atracção irresistível pela questionação do nosso ser, pelo valor que este tem para nós, pelo peso que este pode vir a exercer na nossa tomada de decisões e, claro está, pela aceitação ou não por parte da sociedade. Nunca fui capaz de nutrir falsas modéstias nem de aceitar elogios injustos. Conjuntamente, jamais fui capaz de colocar o meu eu como um aparte no teatro da minha vida. Não afirmo que vivo só para mim, nem que a presença do outro que é próximo, não seja importante, o que sustento é que toda a nossa existência vai derivar da forma como nos olhamos, da maneira como nos gostamos e do quanto nos preservamos. Quero viver uma constante transcendência do meu ser, sem medo de ruir e inundar. Quero que o meu ânimo seja forte e inquebrável, pois só assim, só melhorando a cada minuto que passa vou conseguir fazer os que me rodeiam sentirem-se tão felizes como eu. Na minha opinião, devemos levar a vida sem nunca esquecer o ego e a auto-estima, pois o desleixo daquele e o desprezo desta não levam a uma vida em função dos outros, como tantos argúem, mas a uma vida plena do nada. Portanto, confesso que não acredito em pessoas sem confiança, sem atitude, sem ânimo e sem vontade. Não me sinto atraído por egos fracos e sem autonomia. No fundo, penso que só temos a ganhar em viver este nosso próprio romance, o de nos criarmos e recriarmos a cada dia que passa, o de nos preocuparmos com os caminhos que trilhamos, o de vivermos os outros, com base na forma que existimos. Não defendo assim uma forma narcísica de olhar a realidade, apenas critico aqueles que só olham para os outros, porque têm medo de se ver. Nunca seremos nós, enquanto contemplarmos os outros.