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Trinta por uma linha

Trinta por uma linha

Radioactive ou Elogio à ficção científica

19.02.17 | António Mota

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Como já tive oportunidade de confidenciar aos meus leitores, sou um grande fã de banda desenhada e todas as histórias que metam uma boa dose de ficção científica. Super-heróis, naves espaciais, novos mundos, universos paralelos, saltos temporais, tudo isso é música para os meus ouvidos.

Pois bem, por estranho que possa parecer é mesmo sobre uma música que venho falar hoje. Um música que me transporta completamente para esse mundo de fantasia da ficção científica. Sempre que a ouço revivo um sem número de histórias que vi, ouvi e que li e que fazem parte do meu imaginário. O que apresento, de seguida, não é mais que uma interpretação que faço da letra da música, sem querer de modo nenhum afirmar que seja esta a versão oficial. É apenas a minha. Tal como costumo dizer aos meus alunos, não há interpretações de textos artísticos (tenham eles a forma que tiverem) certas ou erradas, há sim, opiniões bem ou mal fundamentadas e justificadas. E é um pouco isso que tento fazer com esta letra. 

Radioactive, dos Imagine Dragons conta-nos uma história passada num futuro em que o mundo em que vivemos sofre uma mudança drástica. Presume-se que a terra tenha sofrido uma grande catástrofe que quase acabou com a humanidade, tendo poucos sobrevivido. Um desses poucos sobreviventes, o protagonista da história, desperta no início da música e descreve-nos cenário pós-apocalítico que vê, um mundo cheio de pó e cinzas, com uma temperatura que o faz soar e com uma atmosfera que o obriga a respirar substâncias químicas que andam pelo ar. Apesar deste cenário negro e deprimente, o protagonista descobre que esse mesmo cenário vai permitir que ele comece de novo, tome as suas decisões e se sinta, de novo, livre.Por isso ele nos dá as boas vindas à nova era que está a começar, pois o sol continua a brilhar e isso significa que apesar de tudo de mal que tenha acontecido, há um novo dia que vai permitir que tudo comece e que tudo seja feito de novo.

Por muito negro que o futuro pareça, há sempre esperança, há sempre novos horizontes por descobrir, novos projetos para traçar e novas metas para alcançar. E, por isso, eu gosto tanto destas histórias que não passam de estórias e que, supostamente, nada tem a ver com a realidade, mas que ao mesmo tempo nos ensinam tão importantes lições sobre essa mesma realidade. Bem-haja a criatividade e a ficção científica!