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Trinta por uma linha

Trinta por uma linha

O porquê de eu gostar tanto da primavera.

31.03.17 | António Mota

Não vos vou mentir e dizer que a primavera sempre foi a minha estação preferida. Quando era mais novo, o verão estava no topo das minhas preferências. Eram as férias, a praia, o azul do mar, o tempo infinito para fazer o que se queria, os finais de tarde em companhia dos amigos deitados no campo sem fazer nada, simplesmente a olhar para o céu e a dizer o que nos vinha à cabeça. Era com o verão que sonhava o ano inteiro.

À medida que os anos vão passando, também nós vamos mudando. Acredito que, não sendo um aspeto positivo ou negativo, vamos apurando os nossos gostos, amenizando as paixões e tornando-nos mais harmoniosos naquilo que procuramos. E como tal, quando dei conta, já não passava o ano à espera do verão. Durante os meses de outono e inverno, dou comigo a desejar que chegue a mudança da hora e com ela a primavera. Gosto da temperatura amena, das flores que nascem, do sol que volta com mais força e dos campos que enverdecem. Mas, acima de tudo, gosto do que a primavera representa.

E, para mim, a primavera representa muito. 

Para começar representa o renascimento, o nascer de novo, com todas as novas possibilidades que isso acarreta. Simboliza, que após um período de menor fulgor, de retraimento e passividade do outono e do inverno, voltamos a sentir, pelo menos eu sinto, forças redobradas para me redescobrir e para melhorar o meu dia a dia. Volta a sensação de chegar a casa com o sol ainda alto, como que a dizer que ainda há muito para aproveitar no nosso dia, deixando no ar a promessa de que a seguir a esse, haverá outro igualmente belo. A primavera representa para mim, então, as infinitas possibilidades que nos são dadas para vencermos os nossos medos e receios, os nossos problemas e sofrimentos. Esta estação mostra que não há inverno que dure para sempre, não há noite que não acabe em dia, não há ramo seco, que não volte a florescer. 

Como cristão, a celebração da Páscoa e da ressurreição de Cristo ainda fortalecem mais este meu sentir, ainda dão mais força à esperança renascida e reforçada. 

No fundo, o florescer primaveril resgata a cor para a nossa vida, faz com que ganhemos novas ambições e rediscubramos antigos objetivos. Saibamos, assim, nós aproveitar esta época tão bela.

 

Fazendo justiça à fonte de inspiração deste texto, deixo-vos a cerejeira em flor que me acompanhou e inspirou na escrita deste texto, a partir da minha sala.

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