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Trinta por uma linha

Trinta por uma linha

O fruto do Amor

14.02.19 | António Mota

É difícil falar dele sem recorrer a lugares-comuns e a clichés, tal é a vulgaridade com que frequentemente é tratado. Ainda assim, arrisco-me a falar um pouco mais e talvez a dizer o que já, por inúmeras ocasiões, foi referido.

É incontestável o poder do amor. Ele une, cria, transforma e faz renascer. Começa devagar e sem que consigamos notar a sua chegada e, quando damos conta, já nos colocou a vida de pernas para o ar. O amor não nasce feito, não surge amadurecido. Antes cresce a cada dia, com cada gesto e a cada sacrifício. E por isso ele é tão poderoso. Não aparece e desvanece. Se cuidarmos dele dura para toda a vida.

O lado espinhoso é que o amor dá muito trabalho, e quanto maior é, mais trabalho dá. Poderia ser um verdadeiro aborrecimento, não fossem esses sacrifícios e esses trabalhos tão prazerosos a quem ama. Quem ama cuida. E quem cuida é amado. E quando se ama e é amado nasce um fruto. O fruto do amor. Algo que é maior do que nós e que nos preenche como nada nos preencheu. No meu caso particular, a árvore floresceu em agosto com a força da estação e o fruto foi colhido na primavera, só para dar um tom original que estivesse à altura da história. A partir daí, a vida ganha outro sentido, o dia de São Valentim ganhou outro sentido. Sinto agora, neste dia, que há muito mais para celebrar. Celebro o amor que sinto pela minha esposa, o amor que ela sente por mim e, acima de tudo, o que esse amor nos deu e dá todos os dias, o amor incondicional estampado no sorriso da nossa filha.

Amo-vos.

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