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Trinta por uma linha

Trinta por uma linha

E se envelhecêssemos 80 anos num só dia?

16.02.17 | António Mota

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Hoje decidi trazer este vídeo, uma vez que fiquei um pouco impressionado quando o vi pela primeira vez e também porque diz muito da vida de casal. Todos nós temos curiosidade em saber como vamos envelhecer, principalmente como vamos envelhecer enquanto casal e que efeito isso terá em nós. Ao ver as reações dos protagonistas do vídeo apercebemo-nos que o facto de eles irem envelhecendo, ainda que ficcionalmente, faz sobressair os verdadeiros sentimentos de cada um, ao mesmo tempo que sentem que, apesar de todas as mudanças que possam acontecer, o seu amor não vai desaparecer, pois é muito mais forte que qualquer traço exterior.

 

 

 

Arte? Mas que arte?

15.02.17 | António Mota

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Sempre tive uma opinião muito bem definida no que à génese de qualquer obra de arte diz respeito. A literatura, que é de todas as artes aquela que mais me alicia, não foge à regra. A meu ver, mesmo aceitando que toda e qualquer criação do homem é, de facto, influenciada pela sua vida, pela sua capacidade para ler e desconstruir a realidade, é de todo desprovido dizer que a relação entre estas duas dimensões, a do sujeito que vive e a do sujeito que cria, assume uma disposição de causa-efeito. Não há nada mais injusto e injurioso para o mundo das artes. A Arte tem vida própria. Só pode ser vista como algo que nos ultrapassa. Não é instrumento de nada nem de ninguém. Nunca a Arte pode servir como meio para algo, não tem meio nem fim, é um prefácio que serve unicamente a Beleza, sendo aí que encontra o seu prólogo e o seu epílogo. Assim, não somos nós que criamos a Arte, é ela que nos cria, que nos escolhe e deixa que a possamos contemplar, de forma a que não nos seja tão difícil viver. Desta forma, na literatura ou em qualquer outra arte, não pode haver deveres ou coacções, tudo aparece quando tiver de aparecer, sem marcações ou datas de entrega. As nossas produções precisam de ser livres e libertinárias, pois só assim serão elas próprias. Obviamente que haverá quem não concorde comigo, e ainda bem que assim é. Porque cada um vive de acordo com a sua própria crença (entenda-se aqui crença como um conjunto de sentimentos que, pela sua força, se tornam as convicções que acabam por definir a nossa forma de viver) e esta é a minha. Desta forma, escrevo quando acordo bem disposto, só leio quando o tempo metereológico me diz que devo ler e só quero ouvir música quando as Três Marias estão alinhadas.
Acredito em Musas, intentos, vontades e alentos, porque de cada vez que me sento para escrever algo, é porque me sinto predisposto para o fazer, sinto um querer determinado a sair e a respirar com mais espaço. A Inspiração é para mim um axioma, assim como um verdadeiro dogma que me mantém refém durante a maior parte do tempo e que, de quando em vez, me deixa ver, ainda que de muito longe, a luz que me vai permitindo contemplar a tal Beleza.

Um anjo na terra

14.02.17 | António Mota

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Como não poderia deixar de ser, neste dia vou dedicar o post de hoje à minha Dulcineia. Não há muito para dizer, sendo que muito do que há deve-lhe ser dito a ela e a mais ninguém. No entanto, há também que ser justo e dizer sem quaisquer rodeios o que ela representa para mim.

Muitas vezes dou comigo a pensar na sorte que tive em encontrar alguém assim. Poderá parecer um pouco bajulador da minha parte, mas garanto-vos, com a honra da minha palavra, que tudo o que aqui escrevo é o que sinto em todo o meu coração. Ora estava eu a dizer, que tive sorte em conhecer alguém assim. E foi mesmo sorte, porque o destino nos colocou a morar praticamente um ao lado do outro desde que ambos nascemos, só para garantir que não houvesse desvios na história que já estava escrita. Logo a partir daí, já não havia muito a fazer, conhecemo-nos desde novos e desde cedo nos tornamos amigos. Também não posso negar que não tinha sido obra da fortuna, o facto de sermos ambos muito parecidos na forma de pensar e de estipular as nossas prioridades. Só havia uma coisa que nos separava, ela era e é um verdadeiro anjo na terra, alguém com uma extrema bondade, inocente, mas segura de si, sempre pronta a perdoar e a fazer o bem aos que a rodeiam, nem que isso signifique prejudicar-se a si própria. Já eu, não tinha nem tenho uma ínfima parte da sua bondade, não sou muito bom a perdoar e apesar de gostar de ajudar os outros, também penso muito em mim próprio. O que vos estou a dizer agora é algo que sei desde muito novo e, por isso, percebi também desde muito cedo, que era por ali que o meu futuro deveria passar. E pronto, já sei que nesta altura os aduladores do amor à primeira vista me vão atacar, mas em minha defesa, posso dizer que não houve oportunidade para haver amor à primeira vista desde que nos conhecemos desde sempre, houve sim oportunidade para perceber que, mais cedo ou mais tarde, haveríamos de pertencer um ao outro, era como se estivesse escrito nas estrelas. E assim foi, no momento certo, quando se proporcionou, aproximámo-nos, amámo-nos e é assim até ao dia de hoje. O amor que sentimos um pelo outro é puro, mas quando temos ao nosso lado alguém tão bondoso, autêntico, carinhoso e que conjuga a beleza com tudo isso, as coisas tornam-se mais fáceis. E o que sinto é que estão cada vez mais fáceis e naturais. Tive sorte e agradeço todos os dias a quem a pôs no meu caminho. Só assim, sou hoje quem sou, só deste modo pude ser eu, um eu que não existiria se não houvesse nós. 

 

Resumindo, Essa miúda é a minha miúda!

 

 

 

Trinta por uma linha no Jornal online Bom Dia

14.02.17 | António Mota

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A partir de hoje, e de agora em diante às quartas e sábados, o trinta por uma linha vai estar no jornal online Bom Dia, um portal de informações para a diáspora presente em França, Luxemburgo, Suiça, Bélgica, Alemanha e Reino Unido com cerca de 100.000 seguidores. Agradeço, desde já, à direção do Bom Dia o convite e o reconhecimento do trabalho, em especial ao Sérgio Teixeira, e também àqueles que me seguem e que vão comentando os meus posts, com o vosso alento tudo é mais fácil.

 

Fica o link para acompanharem:

http://bomdia.eu/celebracao-do-dia-de-s-valentim-capitulo-i/

 

Um enorme obrigado!

Capítulo III - O balão da Felicidade

13.02.17 | António Mota

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Se é verdade que por vezes não é preciso um grande esforço para nos sentirmos felizes enquanto casal, não se pode negar que há momentos também em que é preciso um esforço extra para que se mantenha um ambiente de felicidade no nosso lar. As circunstâncias do dia-a-dia fazem com que, por vezes, andemos um pouco mais tristes, sem a mesma vontade para sorrir, noutras ocasiões até nos sentimos assim sem motivo aparente. Ora é nessas alturas que precisamos de garantir que o balão da felicidade entre o casal não se esvazie. Há que diariamente ter a preocupação de sentir o outro feliz, e se virmos que isso não está a acontecer, temos de tentar perceber o porquê e dar o nosso apoio e carinho.

Eu, com as minhas constantes preocupações absurdas, não sou exemplo, mas se por acaso vejo que a minha esposa anda mais calada, ou preocupada, ou então que algo no seu comportamento está diferente, não descanso enquanto ela não não me disser o que se passa. E aí é que surge o problema, porque ela normalmente diz que está tudo bem, que não se passa nada. E eu, nessas alturas, penso para mim: "Ou é, mais uma vez, a minha imaginação fértil a dar frutos e eu estou a imaginar coisas, ou então, fiz algo de errado que a ofendeu e nem sequer dei conta" (que é o que normalmente acontece). E pronto, lá tenho eu de andar a investigar, a fazer mil e uma perguntas, a inventar cenários hipotéticos na minha cabeça, porque ela simplesmente não me diz o que se passa, principalmente se fui eu que meti água. Quando eu, qual Sherlock Holmes, finalmente descubro, lá vou falar com ela e tentar que as coisas se resolvam da melhor maneira, porque se vir que ela não está bem, eu próprio também não me consigo sentir bem e isso é uma chatice.

O que eu quero demonstrar com este exemplo é que meto a pata na poça muitas vezes, mas também que me preocupo em saber se está tudo bem, e faço de tudo para que tudo volte ao normal, se não estiver. Porque, para mim, é fundamental haver esta preocupação, esta procura constante de harmonia e felicidade dentro dos nossos lares. Só assim me sinto bem e penso que isso é fundamental para que as relações funcionem, isto é, sabermos que tanto nós como a outra parte, dependemos um do outro para nos sentirmos bem e estamos dispostos a fazer o que estiver ao nosso alcance para que vivamos ambos felizes. Para mim, a isso se pode chamar viver em comunhão e estar verdadeiramente casado com alguém. 

 Este post faz parte da rubrica Celebração do dia de São Valentim

Capítulo II - Saber Ceder

11.02.17 | António Mota

 

 

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Uma das coisas mais importantes no dia-a-dia de um casal é a capacidade que cada um dos seus membros tem para abdicar do que até gosta de fazer, em prol de algo mais importante. Todos nós temos as nossas rotinas e sabemos que toda e qualquer mudança num hábito que esteja enraizado vai mexer connosco. No entanto, quando sabemos que essa mudança é para garantir a estabilidade que existe no casal e a felicidade de quem temos ao nosso lado, torna-se mais fácil de mudar. Desde relacionamentos no seu início, até relações mais sérias, todos nós nos deparamos com esse tipo de situações. No entanto, é depois do casamento, quando começamos a partilhar o mesmo espaço que mais se nota a quantidade de coisas que têm de mudar no nosso dia-a-dia. Pode custar um pouco no início, mas se refletirmos sobre o assunto e pensarmos em quais são as nossas prioridades, aquilo que é realmente importante para nós, ganhamos uma nova perspetiva do assunto e, quando amamos realmente, até temos um certo gosto em demostrar a quem vive connosco que não nos importamos de mudar por eles. É mais uma prova de amor que lhes estamos a dar.

Por outro lado, se é importante ceder, é fundamental que não seja sempre o mesmo lado a abdicar do que gosta de fazer, sendo que se isso acontecer, mais tarde ou mais cedo, o lado que cede vai questionar por que razão tem de ser sempre ele a mudar. No fundo, há que encontrar um equilíbrio para que a existência em comum seja agradável e frutífera para os dois, pois só assim haverá harmonia, só assim cada um dos lados apreciará o que o outro faz por ele e isso fortalecerá a relação.

 

Este post faz parte da rubrica Celebração do dia de São Valentim

Celebração do dia de S. Valentim - Capítulo I

10.02.17 | António Mota

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Com o dia de S. Valentim a aproximar-se, decidi, abrir uma rubrica no blog que consiste em apresentar um texto por dia até catorze de fevereiro sobre quais as máximas que tento seguir para obter sucesso na minha relação, isto é, para fazer a minha Princesa Dulcineia feliz. 

 

A primeira reflexão tem a ver com A importância do diálogo numa relação

 

Dir-me-ão que sou muito novo ou inexperiente para dar conselhos ou sequer opiniões sobre casamento ou qualquer outro tipo de relações. Pois bem, é verdade que seis anos de namoro e quase dois de casamento não me dão estatuto para dizer o que quer que seja, não me tornam em nenhum expert nestas matérias. No entanto, há coisas que se sabem desde o primeiro dia, enquanto que outras só se vão tornando claras ao longo do tempo. No que diz respeito à importância do diálogo, todavia, não há que enganar, esta é, para mim, uma verdade La Palice. Uma relação em que não há diálogo, em que não existe abertura, proximidade e intimidade suficiente entre os dois para que se fale de tudo o que nos alegra ou preocupa, essa é uma relação que não está no rumo certo. Temos de nos sentir à vontade para falar dos nossos medos, dos nossos desejos e anseios, ao mesmo tempo que devemos estar disponíveis para ouvir quem nos conhece melhor e acatar os seus conselhos. Não há ninguém no mundo que nos queira melhor do que esse alguém que divide connosco os nossos dias e, por isso, os seus conselhos deverão ser considerados valiosíssimos para nós. 

Posto isto, acredito ser fundamental que guardemos um bocadinho do nosso dia para perguntar a quem temos ao nosso lado como foi o seu dia, o que a está a alegrar ou a entristecer. Devemos tentar saber do que ela sente falta ou apenas perguntar a sua opinião sobre uma decisão que temos de tomar. A pessoa que temos ao nosso lado, e até nós mesmos, vai acabar por perceber que a sua opinião é realmente importante para nós e que nós estamos dispostos a mudar o que temos de menos bom, apenas porque ela acha que o devemos fazer. 

Este tipo de diálogos, quando mantidos diariamente, vão tornar o casal mais próximo, mais íntimo, mais confiante e é isso que depois lhe vai dar força quando chegarem os momentos menos bons e em que a força do casal vai ser testada. 

O que as nossas amizades revelam de nós

09.02.17 | António Mota

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Miguel de Unamuno dizia que "cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos. " Ainda que a considere algo egoísta, gosto desta perspetiva de olharmos as nossas relações de amizade. Quando estou com os meus amigos, vou-me conhecendo a mim próprio e isto acontece, porque a forma como nos relacionamos com eles diz muito da nossa personalidade. Se somos capazes de manter relações duradouras e que permanecem ao longo dos anos, quer dizer que somos pessoas que persevamos os laços que nos unem e que não é a distância ou qalquer outro tipo de vissicitude que nos vão afastar. Por outro lado, se precisamos de um amigo que seja o nosso balde do lixo, isto é, que seja o recipiente de todos os nossos problemas e lamentações, estamos a demonstrar um profundo egoísmo da nossa parte. Não estamos a dar importância à pessoa em si, mas ao que ela representa para nós. Por outro lado, esse amigo que aguenta as nossas queixas, dando-nos conselhos e nunca falando dos seus problemas, demonstra uma grande dose de altruismo. Outros casos há em que as amizades revelam, em nós, facetas que nós desconhecemos, tal como Unamuno refere. Todos temos amigos que revelam qualidades que nós admirámos profundamente. De tal forma que os queremos imitar. Numa situação que se passou comigo, tenho um amigo que mostrou ser possuidor de uma grande resistência e resiliência ao levar a cabo um projeto bastante complexo. Silenciosamente, eu admirava a persistência que ele colocava nesse seu projeto e que fazia com que, apesar das adversidades, ele não desistisse. Ora eu quis saber se possuía uma resistência semelhante à do meu amigo. Decidi, então, levar a cabo esta empreitada de começar um blog onde colocasse um post por dia e até agora ainda não me desiludi. 

Há uma razão para estar a falar disto, nesta data. O blog celebra hoje o seu primeiro mês de existência e eu descobri, através de uma das minhas amizades, que também possuo alguma persistência, pois consegui publicar até hoje trinta e um posts. É uma experiência nova, trabalhosa, mas, ao mesmo tempo, enriquecedora e reconfortante, pois permite-nos partilhar os nossos pensamentos, opiniões e crenças.

 

Aos que me vão acompanhando, obrigado pela fidelidade e também persistência que vão demonstrando ao suportar as contendas da minha alma.

A nossa escadaria para o Céu

08.02.17 | António Mota

 

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Sei que muita gente diz que há interpretações obscuras na letra destra música, há inclusive teorias da conspiração sobre as mensagens subliminares que dizem que ela contém. Eu opto por olhar para ela de uma forma mais inocente e espontânea, mais positiva e otimista. Além de ser já um clássico e de já a ter ouvido um sem número de vezes, ela continua a deixar-me uma  pessoa melhor de cada vez que toca. 

 

There's a lady who's sure all that glitters is gold

And she's buying a stairway to heaven

 

Ao contrário do senso comum, que diz que “Nem tudo que reluz é ouro”, esta mulher consegue ver coisas boas em tudo o que a rodeia, tudo o que ela vê tem um valor, tem um brilho.  E ela sabe que, com todas essas coisas que ela vê no seu dia-a-dia, haverá de comprar uma escadaria que a vai levar ao Céu. E para mim chega, não preciso de aprofundar mais a mensagem. Estes dois versos possuem, dentro de si, uma doutrina de vida que todos nós devíamos adoptar. Se conseguíssemos ver o bem em tudo o que nos rodeia, se conseguíssemos ver o valor de cada pedra que encontramos no nosso caminho em vez de nos lamentarmos, se usássemos cada obstáculo para crescermos como pessoas, cada um de nós seria capaz de construir uma enorme escadaria até ao Céu. Um caminho que facilitasse o acesso à nossa felicidade absoluta.

Já Fernando Pessoa dizia: 

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo…